Considerações iniciais

• Deve-se considerar que, sempre que houver dúvidas sobre um resultado ou se alguns resultados apresentarem-se incoerentes, uma ou mais reanálises devem ser solicitadas ao laboratório.
• Faça a interpretação dos resultados com calma, a pressa leva a falsos positivos/negativos.
• Esteja familiarizado com conceitos de tendência. Essa é uma ferramenta muito importante na interpretação.
• Os passos propostos reflete a nossa visão de boa prática de interpretação, mas não precisa, obrigatoriamente, seguir essa ordem. O importante é não deixar nenhuma sem observar.

Verifique se você tem todas as informações para começar!

Informações como equipamento, compartimento, horímetro, horas do óleo, volume de reposição, classificação de viscosidade e troca de óleo são importantes para a elaboração do diagnóstico. Se faltar alguma dessas informações, verifique a ficha de cadastro de amostra ou entre em contato com o cliente.

Os resultados são coerentes?

Depois de verificar se tem em mãos as informações necessárias, é hora de analisar os resultados e verificar se eles são coerentes entre sí. Por exemplo, se as análises são de um óleo de motor a diesel, espero encontrar alguns elementos que indiquem a presença de aditivos detergente e antidesgaste e também resultados de análise de basicidade e fuligem. Caso contrário, deve-se entrar em contato com o laboratório.

Comece pela viscosidade!

A viscosidade é a propriedade mais importante do fluido e, como o fluido carrega todas as informações do compartimento, qualquer contaminação ou alteração química causa impacto na viscosidade em maior ou menor grau. Se a viscosidade sofreu alteração, procure pelos motivos aparentes. Por exemplo, se for óleo de motor a diesel e a viscosidade diminuiu, verifique o resultado de diluição. Se o resultado for positivo, encontramos a causa.

Vamos ver as outras análises? Metais é por último.

Agora, vamos ver as análises restantes. TBN, fuligem, água, oxidação, nitração, sulfatos, contagem de partículas etc. Menos metais. Ainda não chegou a hora.

Água

A água é um problema sério para a maioria dos compartimentos. Ela é a precursora de uma série de reações químicas que podem degradar o óleo, causar ferrugem e aumentar o desgaste. Sempre dê atenção especial a ela. Também procure por outros elementos químicos presentes no óleo para ajudar a encontrar a origem da contaminação.

Infravernelho

Os resultados de infravermelho fornecem informações valiosas. Analise um a um e, caso haja algum resultado discrepante, procure pela sua consequência. Como exemplo, se o resultado de sulfatos estiver acima do normal. A consequência seria um resultado menor para o TBN.

Contagem de partículas

A contagem de partículas mostra o nível de contaminação do sistema. Níveis de contaminação acima do especificado pelo fabricante do equipamento diminui a vida útil dos componentes porque os contaminantes podem causar vários tipos diferentes de desgaste. Se o nível de contaminação for alto, procure por elementos químicos presentes no óleo para confirmar se houve desgaste de algum componente.

Análise elementar: Parte 1

Se você verificou os elementos de aditivação lá no item 2, então passe para o próximo passo. Se não, agora é a hora. Verifique se, para o dado compartimento /nome do óleo / aplicação, os elementos de aditivação esperados se encontram no relatório. Caso não se encontrem, merece um comentário.

Análise elementar: Parte 2

Comece pelo silício. O silício é um contaminante muito abrasivo e pode ser a causa de todo o desgaste gerado durante o uso. Se o silício estiver alto, verifique se há outros elementos que indiquem desgaste de componentes e adicione o silício a causa. O silício também faz parte de algumas ligas de alumínio e de aditivo.

Análise elementar: Parte 3

Vamos verificar os outros elementos. Observe se há outros elementos em destaque que merecem uma recomendação, levando em consideração o valor e a tendência. Leve em consideração também o volume do reservatório, o volume de reposição, o horímetro/km do equipamento e o tempo de serviço do fluido. O resultado que é baixo para uns pode ser alto para outros. Boa parte das ligas metálicas são formadas por mais de um elemento químico, como as ligas Cr-Ni. Não se esqueça

Análise de tendência e limites

Só dá para usar a tendência a partir da quarta amostra. As três primeiras são usadas para calcular a equação da reta e, assim, prever a tendência para o quarto resultado. Use uma ferramenta estatística, como o excel, para calcular a expectativa de resultado e avaliar se ela está muito acima ou muito abaixo do esperado. Os valores de limites são calculados estatisticamente e levam em consideração vários fatores, tais como equipamento, marca, modelo, operação, equipamento analítico etc. Se o laboratório possui os valores de limite calculados, use-os normalmente. Se os valores de limites foram adquiridos de uma fonte externa, use-os com cuidado para não levar a muitos falsos positivos e não se enganar com falsos negativos.

Finalizando

É muito difícil encontrar um resultado analítico suspeito sem que haja um outro resultado para comprovar a suspeição. Por exemplo, as ligas de aço são constituídas de ferro e outros elementos químicos. Sendo assim, se detectou alta concentração de ferro, sugerindo desgaste, procure por outros elementos químicos que possam ser constituintes da liga que está sofrendo desgaste. Isso se aplica a todos os outros resultados analíticos. Concluindo, sempre que houver um resultado suspeito, procure pela confirmação.

Recomnedações finais

• Se for possível, separe o que foi encontrado de problema da recomendação. Misturar os dois pode dificultar a leitura.
• As recomendações devem ser escritas de maneira clara e objetiva, sem meios termos.
• Também não pode ter erros de gramática e de digitação.
• Em caso de dúvidas sobre as recomendações, consulte um colega interpretador ou, até mesmo, pesquise na internet.
• Depois de tudo pronto, clique no botão abaixo.