Manutenção
Controle de Contaminação
A quantidade de contaminantes que um sistema hidráulico ou lubrificado a óleo suporta, sem prejudicar de forma significativa a vida útil do componente, faz parte do projeto do sistema em si e, portanto, fazer o controle da contaminação é tão importante quanto a seleção dos itens que compõe o sistema.
Por este motivo o controle da contaminação deve ser item obrigatório no programa de manutenção preditiva com o objetivo de manter a integridade de todos os componentes do sistema, garantindo ao usuário do sistema hidráulico uma abordagem econômica sobre o controle de contaminação, que permite recuperar rapidamente o investimento, gerando economia com melhoria no desempenho, maior vida útil dos componentes, maior vida útil do óleo, maior tempo de atividade e menos reparos.
Um fator importante na "qualidade de manutenção" é a seleção do(s) fluido(s) adequado(s) exigido(s) por um componente, como combustível, óleo, graxa, líquido de arrefecimento ou fluido hidráulico - e a implementação dos procedimentos corretos para garantir que esses fluidos não sejam contaminados antes, durante ou após a instalação.
Estima-se que as despesas de manutenção e reparo de equipamentos representem cerca de um terço dos custos gerais de transporte. Indo um passo adiante, a Caterpillar relata que os custos de manutenção / reparo que envolvem transmissões, hidráulica, acionamentos finais / diferenciais e injetores de combustível geralmente totalizam até 70% dos custos operacionais gerais da máquina. E ainda por cima, alguns estudos mostram que 75% das falhas de componentes são resultado da degradação da superfície causada pela contaminação de fluidos. Portanto, é simplesmente um bom negócio prestar atenção aos fluidos que mantêm os principais componentes funcionando como originalmente projetados.
Tipos de Contaminação
Contaminação Sólida
- Partículas de Ferrugem, lascas e minério
- Partículas de desgaste: ferro, cobre, estanho, zinco etc
- Fibras, partículas de pintura e de borracha
Contaminação Líquida
- Água de arrefecimento
- Vapor
- Lavagem do equipamento
Contaminação Tipo Gel
- Envelhecimento do óleo/verniz
- Mistura de lubrificantes
- Separação do aditivo
Contaminação Gasosa
- Ar
- Gases do processo
Se a contaminação não for retirada do sistema, ela poderá causar vários problemas ao funcionamento do equipamento, inclusive falhas catastróficas. Abaixo podemos citamos uma lista de possíveis problemas que os contaminantes podem causar, separados por tipo de contaminante.
Contaminação Sólida
- Desgaste Abrasivo
- Maior vazamento
- Falha no componente
- Imprecisões de controle
- Bloqueio de pistões de controle
Contaminação Líquida
- Corrosão
- Redução da viscosidade dinâmica
- Redução na espessura do filme lubrificante
- Contato entre superfícies
- Aumento do desgaste
- Mudança nas propriedades do óleo
- Criação de produtos de degradação de óleo ácido
- Formação de lodo
- Aumento da velocidade do envelhecimento do óleo
- Danos por cavitação
Contaminação Tipo Gel
- Redução dos canais de lubrificação causadas por depósitos
- Maior atrito e temperatura
- Maior desgaste do rolamento
- Mau funcionamento nas válvulas
- Comportamento de controle instável
- Danos às vedações dinâmicas
- Vazamento
- Bloqueio de elementos filtrantes
- Vida útil curta do filtro causada pela formação de lodo
- Aumento da temperatura do rolamento causada por endurecimento
Contaminação Gasosa
- Cavitação
- Oxidação
- Superaquecimento local do óleo
- Aumento da velocidade do envelhecimento do óleo
- Imprecisões de controle
Fontes de contaminação
Contaminação do óleo novo
Embora os fluidos hidráulicos e de lubrificação sejam refinados e misturados em condições relativamente limpas, o fluido viaja através de muitas mangueiras e tubos antes de ser armazenado em tambores ou em um tanque a granel nas instalações do usuário. Nesse ponto, o fluido não está mais limpo, pois as linhas de fluido pelas quais ele percorreu contribuíram com partículas de metal e borracha e os tambores adicionaram flocos de metal ou escamas. Os tanques de armazenamento são um problema real porque a água se condensa neles, causando ferrugem e posteriormente liberando partículas de ferrugem. A contaminação da atmosfera também pode entrar no tanque, a menos que haja respiradores de ar.
Contaminação interna
As novas máquinas sempre contêm uma certa quantidade de contaminação embutida. O cuidado na montagem do sistema e na liberação de novos componentes reduz isso, mas nunca o elimina. Contaminantes embutidos típicos são rebarbas, cavacos, sujeira, poeira, fibra, areia, umidade, selante de tubos, respingos de solda, solução de tinta e lavagem.
Contaminação externa
A contaminação existente no entorno onde se localiza o equipamento pode ser inserida no sistema. Para equipamentos móveis, há uma variação muito grande nas condições ambientais por aplicação, localização e até mesmo pelas condições climáticas. Contaminantes externo podem entrar no sistema através de respiradores, selos e mangueiras.
Contaminação Gerada
A contaminação mais perigosa para um sistema é a contaminação gerada pelo próprio sistema. Essas partículas são enrijecidas para uma dureza maior do que a superfície da qual elas foram geradas e são muito agressivas, causando desgaste adicional no sistema. Em um sistema que funciona com fluido adequadamente limpo, poucas partículas são geradas, embora todos os componentes (especialmente as bombas) criem uma pequena quantidade de partículas durante a operação de rotina. Em um sistema em que essas partículas não são capturadas rapidamente, os níveis elevados de contaminação farão com que o número de partículas geradas aumente a uma taxa altamente acelerada. A melhor maneira de impedir a geração de contaminação em um sistema é começar com um sistema limpo (totalmente lavado) e manter o fluido do sistema limpo.
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